Um artigo científico hoje divulgado defende que a junção de diamantes de tamanho muito reduzido à quimioterapia pode melhorar o tratamento do cancro. Dean Ho, professor de engenharia bioquímica e mecânica na Universidade norte-americana de Northwestern, sustenta que o nanodiamante pode ser uma alternativa eficaz para aplicar medicamentos em cancros de tratamento difícil.
São materiais com base de carbono de dois a oito nanómetros de diâmetro (um nanómetro é um milionésimo de milímetro) que os cientistas dizem agora que poderia ajudar a inverter a resistência do cancro à quimioterapia, que contribui para 90 por cento das metástases.
A superfície de cada nanodiamante tem grupos funcionais que permitem que se liguem a uma gama de compostos, incluindo os agentes da quimioterapia. Os investigadores ligaram a este material o composto doxorubicin, que se usa na quimioterapia, usando um processo que permite libertar o fármaco de forma gradual, aumentando a sua retenção e a sua eficácia sobre o tumor.
Nos seus estudos de cancro de fígado e de mama, Dean Ho e a sua equipa verificaram que quantidades normalmente fatais de compostos de quimioterapia, quando associadas aos nanodiamantes, permitiram diminuir o tamanho de tumores em ratos e também melhorar as taxas de sobrevivência, sem efeitos secundários nos tecidos ou nos órgãos.
Segundo o artigo publicado na «Science Translational Medicine», este é o primeiro trabalho que demonstrou o potencial dos nanodiamantes no tratamento de cancros que se tornaram resistentes à quimioterapia. “Este método poderia melhorar significativamente a eficácia do tratamento do cancro resistente aos medicamentos e poderia melhorar ao mesmo tempo a segurança no tratamento”, indica Dean Ho.
2011-03-10
Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=47812&op=all