Desvendado «segredo» da bactéria mais mortal para os humanos (Estafilococo não afecta outros animais)

Investigadores americanos descobriram a razão pela qual a bactéria estalifococo (Staphylococcus aureus) ataca apenas os humanos, tornando-se mortal para alguns, e não outros animais.
"Esta bactéria é a pior ameaça à saúde pública", afirmou Eric P. Skaar, autor do estudo publicado na revista “Cell Host & Microbe”, acrescentando que este organismo é a principal causa de infecções cardíacas e da pele e que é um dos maiores impulsionadores da pneumonia.

A investigação realizada na Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, permitiu verificar que esta bactéria evoluiu de forma a focar regiões específicas da hemoglobina humana a fim de se alimentar do ferro que esta contém.
Em testes realizados com estafilococos criados em laboratórios, Eric P. Skaar constatou que estes preferem o sangue humano ao de outros animais, como ratos ou babuínos. Tal acontece porque a bactéria agarra-se a segmentos da hemoglobina que existem especificamente no ser humano.

De acordo com os investigadores, é também por este motivo que, por vezes, é complicado estudar infecções por estafilococos em ratos. Para contornar este problema, os cientista poderão agora injectar hemoglobina humana nos animais que forem sujeitos a testes laboratoriais.

Embora seja a bactéria mais mortal para a espécie humana, há pessoas resistentes ao estafilococo, pelo que os investigadores acreditam que estas excepções podem dever-se a variações genéticas que tornam a hemoglobina impenetrável ao ataque bacteriano.

Se esta hipótese for verificada em novos estudos, Eric P. Skaar adivinha que, no futuro, os médicos poderão determinar com testes simples se a hemoglobina dos pacientes é ou não imune a esta bactéria, actuando de imediato em função dos resultados. O investigador exemplificou dizendo que, em casos de emergência, as pessoas que fossem susceptíveis aos estafilococos poderiam receber de imediato antibióticos intravenosos antes de procedimentos de risco, como cirurgias.

2010-12-30

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=46724&op=all