Em 25 anos podemos ter as tecnologias e os medicamentos
necessários para combater "as sete causas mortais" do envelhecimento,
afirmou Aubrey de Grey, gerontólogo da Universidade de Cambridge, num congresso
em Madrid, informa a Lusa.
Segundo o especialista
em medicina regenerativa,"temos que lidar com a magnitude do sofrimento e
danos que o envelhecimento causa".
Aubrey de Grey
defende a aposta num novo paradigma de combate ao envelhecimento e atrasar o
processo. O responsável da SENS Foundation referiu que para que isto avance, é
necessário "entusiasmo público que se transforme depois em política
pública".
"Continua a ser uma área subfinanciada, com pouco
investimento na procura de medicamentos que combatam os danos do envelhecimento
e, em paralelo, apenas medicamentos geriátricos", afirmou.
Considerando que a
saúde do futuro "será essencialmente sobre os temas do
envelhecimento", o cientista garantiu que é possível combater o
envelhecimento.
Para que os métodos
de combate ao problema sejam eficazes, não se pode apostar apenas "no
antes" e no "depois" do envelhecimento, mas sim durante,
"entrando no corpo pontualmente para reparar os danos causados",
sugeriu.
Actuar antes "no
metabolismo que causa os danos" é demasiado complexo, "já que se
desconhece muito mais sobre o metabolismo do que se conhece". E lidar
depois, com cuidados geriátricos, é inadequado porque os danos já são
demasiados.
A alternativa, para Aubrey de Grey, é actuar com métodos
regenerativos, "recuperando a estrutura de tecidos biológicos, de
órgãos" ou agir "ao nível molecular, restaurando a estrutura de
alguns coisas ao nível celular".
"Quase tudo hoje é medicina geriátrica. Trata-se as
doenças da idade como outras doenças. Mas por causa dos danos acumulados, é um trabalho
cada vez mais difícil e menos eficaz", explicou.
A alternativa é
atacar "as sete coisas mortais": lixo dentro das células, lixo fora
das células, células a mais ou células a menos, mutações de cromossomas ou da
mitocondria e cruzamentos de proteínas.
De acordo com o
especialista em medicina regenerativa, desde 1982 que não se identifica um novo
tipo de dano causado. “Estamos muito próximos, talvez poucas décadas, de
combater cada uma destas sete formas de causar danos ao corpo", disse.
2011-10-20